A turma pode ser dividida em equipes: roteiristas, figurinistas, atores, cenário e sonoplastia.
Os roteiristas devem ter bons textos de apoio e contar com o auxílio do professor.
O cenário pode ser feito através de uma livre interpretação de uma imagem de época (documentos históricos).
Os figurinos também podem ser elaborados depois de uma observação e interpretação de imagens de época.
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Aplicamos essa experiência com alunos do Ensino Fundamental da Escola Municipal Nadir Valente (Cametá/PA). Ao perceber que os alunos não estavam demonstrando autonomia suficiente para elaborar o roteiro, os bolsistas/professores do PIBID interferiram, eles próprios elaborando o roteiro (o que não é o ideal).
Foi montada uma peça teatral intitulada Brasil Império (1808 a 1889). A peça teve quatro atos: 1) Período Joanino (1808-1822); 2) Primeiro Reinando (1822-1831); 3) Período Regencial (1831-1840); 4) Segundo Reinado (1840-1889).
Abaixo, segue o roteiro do primeiro ato da peça. A peça teve, como personagens principais, a família real. Positivista? Muito tradicional? Talvez. Contudo, é preciso lembrar que, durante o ensino fundamental, é preciso construir uma noção temporal e cronológica básica. E essa abordagem centrada na família real ajuda (e muito) nisso. Afinal, um aluno do ensino fundamental não precisa saber, grosso modo, quem foram os membros da família real? A cronologia que estabelecemos através dos quatro atos não é um elemento básico para se compreender o século XIX brasileiro?
ROTEIRO PARA O
TEATRO – PERÍODO JOANINO
è Cena
01: A família real portuguesa se sente pressionada com as ameaças de Napoleão e
decide que fugir para o Brasil. ( Personagens:
Rainha de Portugal D. Maria I; D. João VI;
Carlota Joaquina; Algum informante das ameaças de Napoleão ) . Sugestão
de cena: Em uma reunião, o
informante conta assustado a Dom João VI
sobre as ameaças de Napoleão Bonaparte, nesse momento ele decide que a
família real irá fugir de Portugal para o Brasil. A rainha Dona Maria I que
sofre com problemas de loucura fica sem entender nada e Carlota Joaquina não
gosta muito da idéia.
è O
narrador irá relatar sobre as
dificuldades que eles enfrentaram na viagem e que, devido ao mau tempo
enfrentado eles primeiro desenbarcaram na Bahia, depois foram para o Rio de
Janeiro.
è Cena
02: A família real desembarca no Rio de Janeiro. Personagens: D. João VI, Carlota Joaquina, Pedro, alguns serviçais, duas brasileiras e alguns
figurantes. Sugestão de cena: D.
João VI olha com estranheza ao lugar e já sente os efeitos fortes do calor.
Carlota Joaquina, sua esposa, olha com nojo para os adimirados que querem a
tocar, ela usa um lenço na cabeça e a duas mulheres brasileiras acham bonito e
pensam que é moda, mal sabiam que era porque ela tinha piolhos. Os serviçais
carregam as malas da família real. Pedro vem perto dos pais, nesse tempo ele
tinha apenas 9 anos de idade.
è Cena
03: São colocados selos reais da coroa nas portas das casas para que essas
fossem desocupadas. Personagens:
Funcionários da Coroa Portuguesa, Dois moradores que tiveram que sair de suas
casas. Sugestão de cena: Os
funcionário chegam de maneira arbitrária colando os selos reais nas portas das
casas. Um morador ingênuo fica feliz por ceder sua casa ao Rei de Portugal, já
o outro se revolta por ter que sair de sua casa e cedê-la a um rei que mal
conhece.
è Cena
04: Enquanto isso, logo ao chegar no Brasil, D. João VI já é pressionado por um
inglês que quer que ele abra os portos brasileiros para o comércio com a
Inglaterra e, assim, ele declara a Abertura dos Portos. Personagens: D. João VI, Inglês e alguns serviçais como figurantes. Sugestão de cena: O inglês pressiona
D. João VI o lembrando que a Inglaterra custeou sua viagem e agora quer poder
comercializar livremente com o Brasil, então D. João VI decide acabar com o
Pacto Colonial que obrigava o Brasil a comercializar apenas com a
metrópole(Portugal). D. João VI assina o decreto de “Abertura dos Portos às
nações amigas”, ou seja, a Inglaterra que se beneficiaria disso.
è Cena
05: D. João VI cria várias instituições no Brasil. Personagens: D. João VI, alguns fucionários da Coroa, Carlota
Joaquina,Pedro e uma serviçal. Sugestão
de cena: D. João fz reuniões com funcionário e decide criar
instituições que melhorassem a aparência do Brasil, ele desfolha vários papéis
enquanto come suas coxinhas e frutas. Enquanto se diz que ele criou a
Biblioteca Nacional, Jardim Botânico entre outros, Carlota Joaquina, sem dar
atenção a seu filho Pedro que é alimentado pela serviçal, fica preocupada
porque não tem onde guardar suas valiosas jóias. Aí então que D. João VI diz
que vai criar um “cofrinho” da Coroa Portuguesa para guardar suas riquezas. O
nome desse “cofrinho” será: Banco do Brasil.
è O
narrador fala que em meio ao
comportamento da Família Real, os brasileiros faziam críticas, com estranheza e
um leve tom de graça dos costumes de D. João VI.
è Cena
06: Dois brasileiros criticam os costumes de D. João VI. Personagens: D. João VI, um serviçal e dois brasileiros. Sugestão de cena: O serviçal depois
de muito tentar fez D. João VI tomar um banho, mas ele se recusa a trocar de
calça e veste sua calça suja de sempre, ansioso para fazer sua “comilança” de
todo dia. Depois disso, os eles saem de cena, e entram em cena os dois
brasileiros que comentam zombando e criticando essas manias de D. Jão VI.
è Cena
07: A rainha D. Maria I já tinha falecido. Os portugueses estavam cansados da
ausência de D. João VI em Portugal e decidiram se rebelar para que ele voltasse
(Revolução do Porto). Personagens: Alguns portugueses. Sugestão de cena: Os portugueses comentam que D. Maria I já
estava falecida e o resto da Família Real foi embora para o Brasil, dizem que
não aguentam mais que Portugal fique sem um governo em seu país e querem a todo
custo que D. João VI retorne para lá.
è Cena
08: D. João VI recebe mensagens do seu reino está com medo das revoltas
portuguesas, mesmo assim, está em dúvida se volta para Portugal ou se fica para
formar um reino aqui, ele não queria perder nenhum dos dois reinos, então
decide deixar seu filho Pedro para governar o Brasil enquanto ele volta para
Portugal. Personagens: D. João VI, um mensageiro de Portugal(funcionário da
Coroa), Pedro e alguns serviçais. Sugestão
de cena: O mensageiro traz a notícia da Revolução do Porto que mostrava
a revolta do povo português querendo que ele retorne para Portugal, ele está
morrendo de medo do que pode acontecer, mas o medo é do que pode acontecer lá e
que ele pode perder os reinos, por isso ele fica em dúvida se vai ou não. Aí é
que ele tem a idéia de voltar e deixar seu filho Pedro em seu lugar para governar o Brasil e garantir o poder aqui. Ele chama Pedro e diz
que está partindo e o deixando para governar o Brasil. Pedro ainda é muito
jovem, tem apenas 20 anos.
è Cena
09: A Família Real se despede do Brasil e volta para Portugal. Personagens: D. João VI, Carlota Joaquina,
alguns serviçais e alguns figurantes. Sugestão
de cena: Antes de ir embora, D. João VI retira todo o dinheiro do seu
“cofrinho Banco do Brasil” e parte rumo a Portugal junto de Carlota Joaquina e
alguns serviçais da coroa. Carlota Joaquina vai embora feliz smostrando não
sentir saudade alguma do Brasil. D. João leva muita comida para a viagem.
è O
narrador diz que ao chegarem em Portugal, se depararam com o clima de tensão e
revolta que fizeram D. João VI fazer vários decretos de ordem a Pedro. Eles
queriam que o Brasil voltasse a ser colônia de Portugal e que Pedro retornasse
a seu país.
è Cena
10: D. Pedro I não sabe o que fazer agora que é responsável por governar o
Brasil, mas tem José Bonitácio(importante conselheiro político) que lhe auxilia
e aconselha a rejeitar os decretos do pai e permanecer no Brasil. Pedro mostra
nessa cena, que era bastante atraído pelas mulheres brasileiras. Personagens: Pedro, José Bonifácio e a
serviçal. Sugestão de cena: Pedro
não demonstra muita importância aos decretos que chegam de Portugal, se distrai
facilmente olhando para o corpo da serviçal quando chega uma carta exigindo seu
retorno para Portugal. José Bonifácio que estava ali aconselha Pedro a não
voltar, pois iria abandonar o Brasil perdendo o reino e o deixando nas mãos de
Portugal novamente. Nesse momento, Pedro diz sua célebre frase: “ Se é para o
bem de todos e felicidade geral da nação diga ao povo que fico!”.
è Cena
11: D. Pedro I declara a Independência do Brasil. Personagens: D. Pedro I, vários figurantes. Sugestão de cena: Pedro celebra a Independência mesmo sentindo
fortes dores de barriga causadas por uma disenteria.
Fim do primeiro
ato !
Slides ajudaram a conferir uma didática melhor à dramatização.
O coordenador do PIBID-HISTÓRIA- UFPA-CAMETÁ, Ariel, apresentando a peça (agradecendo à CAPES, agência fomentadora)
A família real.
Frei Caneca sendo fuzilado.
Os bolsistas do PIBID também atuaram.
Dividir a peça em quatro atos ajudou os alunos a construírem uma cronologia básica do século XIX brasileiro.
A professora supervisora Raimunda, da Escola Nadir Valente, agradecendo ao público.
O envolvimento da comunidade escolar é essencial nesse tipo de atividade. A atividade aconteceu no auditório da UFPA/Cametá. É preciso romper com a barreira existente entre escola e universidade. As licenciaturas, no Brasil, estão muito afastas da escola.
Abaixo, segue outro roteiro, também elaborado pelos bolsistas do PIBID, usado para montar uma pequena dramatização que contextualizou a capitânia de Minas Gerais no século XVIII. A experiência foi aplicada com uma turma de sétimo ano.
ROTEIRO – MINAS GERAIS
NO SÉCULO XVIII
Somos os alunos da 7º série A e hoje vamos apresentar uma peça teatral
que vem contar um pouco de nossa história, onde iremos falar sobre o Brasil
colônia. E dentro desse assunto destacaremos a descoberta do ouro no Brasil que
ocorreu em fins do século XVII.
Quando os primeiros
portugueses chegaram na América Portuguesa, onde hoje fica o Brasil, eles
imediatamente procuraram ouro e outros metais preciosos mais não encontraram em
abundância. Mas dois séculos depois com a crise da produção do açúcar a coroa
portuguesa precisava de novas fontes de renda, foi nesse contexto que os
bandeirantes no final do século XVII começaram a encontrar minas de ouro onde
hoje estão localizados os estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.
Cena 01: descoberta do ouro e guerra
dos emboabas
Bandeirante 01: Onde essa selvagem se
meteu?
Bandeirante 02: Espera!! Acho que ela
foi por ali, vamos depressa!!
Índia: vou me esconder o máximo que
eu puder, não quero mais ser escrava!! Eu nasci para ser livre (se esconde em
um matinho).
Bandeirante 01: precisamos encontra-la, vamos
ganhar muito dinheiro com ela.
Bandeirante 02: Espera... olha
isso!!!
Bandeirante 01: O que foi, Encontrou
a selvagem?
Bandeirante 02: Não!!! E algo bem
melhor... (ficam se joelhos na beira do riacho)
Bandeirantes 01 e 02: E ouro!!!
estamos ricos.... (Comemoram)
NARRADORA: A descoberta do ouro no Brasil provocou uma verdadeira corrida
do ouro durante todo século XVIII que foi o auge do ouro. Brasileiros de todas
as partes e até portugueses vieram atrás do desejado ouro. No entanto os
paulistas que se consideravam donos das minas por ter as descobrido, ficaram
cada vez mais irritados com os forasteiros que estavam invadindo suas minas e
passaram a apelida-los de emboabas pelo fato de eles usarem botas, o que não
acontecia entre os paulistas que iam as minas descalços. E essas rivalidades
entre paulistas e emboabas se agravou em 1807 no conflito que ficou conhecido
como guerra dos emboabas.
Cena 02: Guerra dos emboabas
Paulista 01: saiam daqui!! Esse lugar
nos pertence. Fomos nós que descobrimos.
Emboaba 01: nós viemos de tão longe
atrás desse ouro e não vamos sair daqui por que vocês se acham os donos da
minas!
Emboabas 02: Essas Minas pertence a todos nós.
Paulista 02: Saiam daqui, o ouro é
todo nosso!!
Emboaba 03: Não sairemos!! Lutaremos
até a morte!
® Confronto e derrota dos paulistas.
NARRADORA: no final do conflito os
emboabas dominaram a região e expulsaram os paulistas das regiões mineradoras.
Porém a coroa portuguesa para aumentar seu controle sobre a região mineradora
interveio no conflito e estabeleceu igualdade de direitos entre os dois grupos
para que passassem a explorar outras regiões mineradoras.
Cena 03:
escravidão nas minas
Narradora: a extração do ouro nas
minas era feita em sua maioria por escravos negros trazidos do continente Africano.
Eles trabalhavam nas minas nas piores condições possíveis, sendo assim muitos
escravos não suportavam mais de 5 anos de trabalho nas minas.
Fiscal do
ouro: (dando chicotadas) Vamos seus preguiçoso, faça seu trabalho direito,
precisamos de mais ouro!!
Escravo 01:
eu não mereço essa vida!! Estamos em meio de tantas riquezas é somos tão
miseráveis
Escravo 02:
eu sei de um jeito de mudamos de vida, poderemos ter nosso próprio ouro e assim
compraremos nossa liberdade.
Escravo 01:
Mas como poderemos fazer isso, eles ficam o tempo todo nos vigiando?
Escravo 02:
você está vendo esse santinho? Por dentro ele está oco, vamos colocar ouro aqui
dentro sem que eles vejam.
Escravo 01:
Entendi, assim eles nunca irão desconfiar de um santo do pau oco. (Risos)
NARRADORA: com a grande extração do
ouro as jazidas começaram a se esgotar. Mas a coroa portuguesa não levou isso
em consideração, pois acreditava que todo o ouro estava sendo contrabandeado. E
passa a intensificar cada vez mais a cobrança de impostos. E por essa razão
começaram a ocorrer diversas revoltas, como a revolta de Vila rica e a
Inconfidência Mineira que teve como principal causa a insatisfação da elite de
minas gerais com as altas taxas de impostos cobrados sobre a extração do ouro.
Cena 4: Inconfidência Mineira
Inconfidente
01: como vamos pagar tantos impostos!! O ouro já está escasso.
Inconfidente
02: o pior e que a coroa portuguesa não está vendo isso, e continua cobrando
impostos como o quinto e a derrama.
José
Alvarenga: Daqui a pouco eles entraram
em nossas casas e tiraram tudo que temos.
Thomas
Antônio Gonzaga: Não podemos permitir isso, eles não podem nos oprimir desse
jeito!! Agora precisamos fazer valer a pena as ideias iluministas.
Tiradentes:
Não queremos mais esse governo que nos oprime vamos romper com Portugal.
Claudio
Manoel da Costa: Também criaremos uma universidade em Vila Rica para que nossos
filhos não precisem mais estudar na Europa.
Joaquim
Silvério dos Reis: Queremos o perdão de todas as dividas
Padre
Rolim: mas quando faremos isso?
Tiradentes:
No dia da execução da derrama, pois a população estará revoltada e ira nos
apoiar
NARRADORA: O dia da revolta estava
marcado, porem Joaquim Silvério um dos inconfidentes delatou o movimento ás
autoridades portuguesas em troca do perdão de suas dívidas.
Cena 5: Joaquim Silvério delatando o
movimento
Joaquim
Silvério: meu senhor tenho uma notícia
muito importante a lhe dizer, porém só falarei se me der sua palavra que minhas
dividas com a coroa serão pagas.
Governador:
Se a notícia valer a pena, suas dívidas serão quitadas, lhe dou minha palavra.
Joaquim
Silvério: soube que Joaquim da silva Xavier, Tomas Antônio Gonzaga entre outros
conspiram contra a coroa e desejam fazer uma revolta para impedir a execução da
derrama e romper com Portugal.
Governador:
Jamais permitirei isso!!! Soldados prendam todos!!
Cena 6: os inconfidentes são presos pelos
soldados da coroa em uma de suas reuniões
Tiradentes:
tudo já está preparado?
Padre
Rolim: sim!! Em breve nos livraremos dos malditos Portuguesas.
Tomas
Antônio: Acho que alguém está batendo na porta.
Claudio
Manuel da Costa: eu vou lá ver.
Soldados:
Vocês estão presos por conspirarem contra o rei
Tiradentes:
estamos lutando por nossos direitos, e se for esse o preço a pagar, pagaremos!!
Cena 7: Julgamento dos inconfidentes
Juiz: senhor Joaquim da Silva Xavier por
conspirar contra o rei de Portugal você e ser o líder do movimento Você está
condenado à morte por enforcamento, os demais terão a pena que lhes cabe, serão
presos outros exilados para África.
Inconfidentes:
isso e um absurdo estávamos lutando apenas por nossos direitos.
Juiz:
Soldados tire-os daqui
Cena 8: Morte de Tiradentes
Executor: qual suas últimas palavras?
Tiradentes: desejo que um dia todos nós
possamos nos libertar das amarras Portuguesas que tanto nos oprime e passamos
se um pais Independente. (Nesse momento ele e enforcado)
A equipe, de alunos do 7º ano da Escola Nadir Valente, que montou a encenação contextualizando Minas Gerais no século XVIII.
Olá, achei muito interessante a forma de trabalhar a história. Vc teria como disponibilizar o roteiro completo da peça sobre o Brasil Império?
ResponderExcluirMuito bom o trabalho com o teatro. Parabéns!
ResponderExcluirtambém gostaria do roteiro sobre o Brasil Império. Sua ideia é excelente.
ResponderExcluirLegal, muito bom
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