A parte narrativa, factual, da Revolução Francesa é importante. Contudo, não é o que mais importa. Dificilmente todos os alunos vão interiorizar os milhares de detalhes dessa rica narrativa factual. Provavelmente, apenas os alunos que adoram a disciplina de História é que vão gostar de saber quem foram e o que fizeram os jacobinos. Os demais alunos, provavelmente, vão achar um pouco chata essa imensidão de detalhes.
Então, o que é mais importante ao se trabalhar a Revolução Francesa? O que é que é importante que todos os alunos interiorizem? O que é central nesse conteúdo?
Tem duas coisas que toda pessoa precisa saber, e precisa saber bem, independente se ele gosta ou não de história.
1) A Revolução Francesa ajudou a destruir o mundo antigo e a construir o nosso mundo, o mundo no qual vivemos hoje.
2) A Revolução Francesa não mudou só a França, mudou todo mundo ocidental (mudou o Brasil também).
Dessa forma, é preciso trazer a Revolução Francesa para os dias atuais. É preciso dar sentido ao estudo dessa complexa temática histórica.
As nossas instituições políticas, hoje, são, em parte, fruto das mudanças oriundas desse processo revolucionário que não foi só Francês.
Toda a cidade no Brasil tem uma Câmara de Vereadores? Sim. Esses vereadores foram eleitos pela população? Sim. O que é decidido dentro dessa Câmara de Vereadores é secreto? Não, toda a população tem direito de saber o que o seus representantes estão discutindo e decidindo.
Todo o município do Brasil tem uma sede de cada um dos três poderes (legislativo, judiciário e executivo)? Sim, invariavelmente. Uma pessoa, em qualquer lugar do Brasil, pode emitir sua opinião? Pode imprimir um panfleto e distribuir? Pode fazer isso sem solicitar autorização prévia?
Enfim, todas essas instituições e práticas políticas são, em parte, oriundas da Revolução Francesa (não seria melhor falar em revolução atlântica? A revolução também não influenciou também o Brasil?).
O que é, em parte, oriundo da Revolução Francesa? Divisão de poderes, processo eleitoral, uma assembléia de representantes dos cidadãos que discute publicamente para depois legislar e a liberdade de opinião e imprensa.
Como trabalhar essas questões trazendo isso para os dias atuais e para realidade dos alunos? Não existe melhor maneira do que realizar um passeio à sede dos três poderes do seu município. Se você morar em uma capital de Estado, melhor ainda, leve os alunos à sede dos três poderes estaduais.
Alunos do oitavo ano da Escola Municipal Nadir Valente na Câmara dos Vereadores de Cametá (Pará).
Uma assembleia legislativa de representantes eleitos por cidadãos que discute publicamente é algo, em parte, oriundo da Revolução Francesa. Acima, uma sessão da Câmara dos Vereadores de Cametá (PA).
A Assembleia Nacional Constituinte Francesa (1789-1791) foi talvez a mais célebre assembleia legislativa de representantes eleitos por cidadãos que discute publicamente. A figura acima, pintada por Jacques-Louis David, representa o dia de de junho de 1789, quanto 577 deputados do terceiro estado decidem não se separar até que a França tivesse um constituição elaborada por representantes eleitos. Era o início da Revolução Francesa.
Os bolsista do PIBID / História / UFPA / Cametá levando alunos de 8º ano da Escola Municipal Nadir Valente à sede dos três poderes de Cametá.
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