quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

O NEGRO NA HISTÓRIA DO PARÁ (textos, documentos históricos e atividades para alunos do ensino fundamental)

    Por Ariel Feldman 

    Durante mais de 300 anos, milhares de africanos foram trazidos à força para o Pará. Eles atravessaram um oceano para chegar até aqui. As pessoas de origem africana são parte da nossa história.  Elas foram trazidas em navios negreiros para trabalharem aqui como escravos.
O caminho dos africanos
Desafio rápido
Observe o mapa acima e responda:
1) Chegaram no Pará pessoas de apenas um lugar da África? Justifique sua resposta.
2)Qual oceano que eles atravessaram para chegar até aqui?
3)Você sabe mais ou menos quanto tempo durava essa viagem de navio à vela? Você sabe como eram as condições de uma viagem em um navio negreiro?

A Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão
            Em 1755 foi criada a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão. Nessa época, o Brasil era colônia de Portugal. Como já vimos, o Pará, nessa época, estava junto com o Maranhão.
            Mas afinal, o que é uma Companhia de Comércio? Para responder essa pergunta, é preciso fazer outra: qual é o objetivo de um comerciante? Um comerciante quer ganhar dinheiro. Uma Companhia de Comércio tem o objetivo, então, de ganhar dinheiro.
            Mas como era possível ganhar dinheiro no período do Brasil Colônia? Como era possível lucrar há 350 ano atrás? Já existiam lojas de telefone celular? Já existiam lojas de computador? Não, não existia nada disso. Uma forma de ganhar dinheiro naquela época era plantando, colhendo e vendendo. Mas era preciso plantar, colher e vender em muita quantidade. A Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão é que vendia. Ela pegava o açúcar, o cacau, o algodão e o gengibre, tudo isso plantado aqui no Pará, colocava tudo nos navios e levava para Europa.
            Mas quem é que plantava e colhia? Acho que a figura abaixo responde a essa pergunta.
Quadro pintado por Henry Coster, em 1816. Não foi só no nordeste que existiram engenhos de açúcar. No Pará também existiram vários engenhos parecidos com esse.


As ruínas do Engenho Murucutu, em Belém. O engenho possui quase trezentos anos de história. Foi obra do arquiteto italiano Antônio Landi (fonte: http://parahistorico.blogspot.com.br/2009/02/os-negros-no-para.html)

Engenho do Cafezal, Barcarena, PA, construído em 1872. Foto de Vicente Salles, em 1968. (fonte: http://parahistorico.blogspot.com.br/2009/02/os-negros-no-para.html)

Desafio rápido
Compare o engenho pintado por Debret, em 1816, com a foto do Engenho do Cafezal, de 1872. O que você observa de diferente? 


Africanos chegando ao Grão-Pará e Maranhão

Fonte: SANTOS, Maria Januária Vilela. A balaiada e a insurreição de escravos no Maranhão. São Paulo: Ática, 1983.

Desafio rápido
Observe o gráfico acima. Depois, preste atenção na data em que foi criada a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão. A que conclusão você chega? O que aconteceu depois de 1755?


Documento histórico
            Um dos fundadores da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão foi Francisco Xavier de Mendonça Furtado. Ele foi escolhido pelo rei de Portugal para ser governador do Estado do Grão-Pará e Maranhão entre 1751 e 1759.
            Veja o que ele escreveu em um documento muito antigo que encontramos. Ele escreveu isso um pouco antes de fundar a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão em 1755.
           
         Vendo eu que chegando aqui um navio do Cabo Verde com uns poucos negros,              os ofereciam por tal preço que chegou ao excesso de vender alguns a 150$000 (...).            
                [Quero] tal quantidade de negros que os senhores de engenho (...) achassem uma feira pronta, onde os comprassem e por preço competente (...)

Fonte: SALLES, Vicente. O negro no Pará sob o regime da escravidão. Belém : IAP/Programa Raízes, 2005, p. 56.

Mendonça Furtado (1700-1766) foi um dos fundadores da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão. (Foto extraída de http://edgar-amapa.blogspot.com.br/2011/02/mendonca-furtado-o-fundador-de-macapa.html)


Desafio rápido
Depois de ler documento histórico acima, responda:
1) O que queria Mendonça Furtado? Qual era o seu objetivo?
2) Como ele enxergava os negros? Qual é a sua opinião sobre a forma como ele enxergava os negros?

Fugas e quilombos
            Se você fosse escravo, você aceitaria isso? Se tivesse a oportunidade de fugir, você fugiria?
            Pois é, os negros sempre resistiram à escravidão. Sempre existiram fugas. Os escravos fugidos formaram quilombos em todo o Pará. Os quilombos ficavam, normalmente, no meio da floresta, em um lugar bem escondido. Muitas vezes alguns índios se juntavam aos negros. Lá, eles sobreviviam da caça, das frutas e da plantação de mandioca. E o melhor de tudo: no quilombo eles eram livres!
Documento histórico
            Achamos um jornal muito antigo, que tem quase de 150 anos de idade. O nome do jornal é Diário de Belém. Um dono de escravos publicou um anúncio para tentar recuperar uma família inteira que havia fugido. O anúncio foi publicado no dia 19 de janeiro de 1869.


Escravos fugidos
A Antonio Joaquim de Castro, lavrador no furo Meritipucu do município de Igarapé-miri fugiram no dia 5 de dezembro de 1867 os escravos seguintes:
Domingos, côr preta, de idade 22 anos, de estatura alta, rosto comprido, nariz algum tanto afilado, tendo no lado direito do peito uma cicatriz de ferida.
Clara, irmã do (...) Domingos, preta igualmente, de idade 32 anos, pouco mais ou menos alta, pescoço (...) comprido, nariz também um pouco afilado, tendo fino para a ponta o dedo indicador da mão direita, o qual pouco funciona no movimento de vergar.
Esta escrava [Clara] levou na fuga duas crias, uma de nome Hilária, de cor preta, idade 4 anos, tendo um sinal de queimadura na região do ombro esquerdo.
 A mesma escrava [Clara] levou ainda um filho de nome Manoel, de ano e meio de idade e da mesma cor da mãe.
E pede-se a quem os aprender os entregar ao dito senhor no referido furo do Meritipucu.
            Extraído da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional (www.hemerotecadigital.bn.br)

Redação criativa
            Primeiro, leia com atenção o documento histórico. Depois, imagine que você é Domingos, o escravo de 22 dois anos que fugiu. Você fugiu com sua irmã mais velha, Clara, e seus dois sobrinhos, e Manoel e Hilária. Vocês estão fugindo em direção ao quilombo do Mola, que fica do outro lado do rio Tocantins (um rio enorme).
            Nós não sabemos o que aconteceu com Domingos e sua família. Mas você vai inventar uma continuação para essa história. Escreva uma redação de 15 a 25 linhas. Não se esqueça: escreva como se você fosse o negro Domingos (em primeira pessoa). 

Redação criativa
            Primeiro, leia com atenção o documento histórico. Depois, imagine que você é Domingos, o escravo de 22 dois anos que fugiu. Você fugiu com sua irmã mais velha, Clara, e seus dois sobrinhos, e Manoel e Hilária. Vocês estão fugindo em direção ao quilombo do Mola, que fica do outro lado do rio Tocantins (um rio enorme).
            Nós não sabemos o que aconteceu com Domingos e sua família. Mas você vai inventar uma continuação para essa história. Escreva uma redação de 15 a 25 linhas. Não se esqueça: escreva como se você fosse o negro Domingos (em primeira pessoa). 

Os descendentes dos quilombolas
            A escravidão já acabou há mais de cem anos. Em 1888 a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que libertou todos os escravos. Mas e as pessoas que viviam em quilombos, abandonaram o lugar em que moravam depois que acabou a escravidão? Você abandonaria um lugar que te deu frutas e caça? Você abandonaria um lugar em que viveu por muito tempo?
            Pois é, aqueles que viviam nos quilombos não abandonaram seus lugares. Ainda hoje existem mais de 240 comunidades de descendentes de quilombolas no Pará! E ainda estão descobrindo mais comunidades.

Comunidades de descendentes quilombolas no Pará hoje
Comunidade(s)
Município
Abacatal – Aurá
Ananindeua
Água Fria, Abuí, Mãe Cue, Paraná do Abuí, Sagrado Coração, Tapagem, Acapú, Araçá, Boa Vista do Cuminá, Espírito Santo, Jarauacá, Jauari, Pancada, Varre Vento Boa Vista, Aracuan de Baixo, Aracuan de Cima, Aracuan do Meio, Bacabal,Jarauacá, Serrinha, Terra Preta II
Oriximiná
Bela Aurora, Camiranga, Itamoari
Cachoeira de Piriá
Bom Remédio, Acaraqui, Alto Itacuruça, Arapapu,Arapapuzinho, Baixo Itacuruça, Jenipaúba,Médio Itacuruça, Rio Tauaré-açu, Moju-Miri, Ramal do Piratuba, Samaúma
Abaetetuba
Apui, Castanhaduba, Cuecê, Matar, São José (PA), Silêncio
Óbidos
Campo Verde, Igarapé Dona, Ipanema,Santo Antônio II
Concórdia do Pará
Carananduba, Guajará Miri, Itancuã Miri, Santa Quitéria/Itacoãozinho Santa Quitéria/Itacoãozinho
Acara
Bom Jesus Centro Ouro, Nossa Senhora das Graças, São Bernardino, Jacunday, África, Laranjituba, Nossa Senhora da Conceição, Ribeira do Jambu-Açu, Santa Luzia do Traquateua, Santa Maria do Mirindeua, Santa Maria do Traquateua, Santana de Baixo, Santo Cristo do Ipitinga de Mirindeua, São Manuel, São Sebastião de Tracuateua,
Moju
Alto Ipixuna, Bacá do Ipixuna, Camutá do Ipixuna, Carrazedo, Flexinha, Gurupá-mirin, Jocojó, Maria Ribeira
Gurupá
Araquenbaua, Baixinha, Campelo, Carará,Costeiro, Cupu, França, Igarapé Preto,Igarapezinho, Panpelônia, Teófilo, Varzinha, Icatu, Itabatinga, Mangabeira, Porto Grande,Santo Antônio de Viseu, São Benedito de Viseu, Uxizal, Vizânia, Tambaí-Açu, Bailique Beira, Bailique Centro, Poção, São Bernardo, Santa Fé, Santo Antônio
Baião / Oeiras do Pará / Mocajuba
Itaboca-Quatro Bocas e Cacoal
Inhangapi
Jacarequara
Santa Maria do Pará
Jurussaca
Tracuateua
Moju
Macapazinho
Santa Isabel do Pará
Matias, Porto Alegre, Mola, Tomazia,
Cameta
Mocambo (PA)
Ourém
Nossa Senhora do Livramento
Igarapé Açu, Nova Timboteua
Aningal, Paca
Viseu
Pacoval
Alenquer
Santa Rita de Barreira, Menino Jesus
São Miguel do Guamá
Tipitinga
Santa Luzia do Pará


Desafio rápido
Na sua cidade existe alguma comunidade de descendentes de quilombolas? Observe o mapa e responda. Você já sabia da existência dessas comunidades?

Sugestão de passeio
Vamos até uma comunidade de descendentes de quilombolas conhecer ela de perto? Por que não?


Essa é Emili, com sua mãe, Marlene. Elas moram na comunidade de remanescentes quilombolas do Mola, munícipio de Cametá. Fonte: foto de Ariel Feldman


Seu Carlos, um morador da comunidade do Mola, encontrou uma moeda muita antiga no quintal da sua casa, que data do período colonial. Fonte: foto de Ariel Feldman

Desafio Rápido
1) Observe o que está por trás da casa de Marlene e Emili. A que conclusão você chega depois de observar isso? O que você observa de antigo e de moderno?
2) O que significa o achado que Seu Carlos fez? O que significa ele ter encontrado uma moeda do período colonial no quintal de sua casa?

Mulheres na liderança
            O quilombo do Mola, que é muito antigo, já teve várias mulheres na liderança. Essas líderes chefiavam a comunidade, além de comandaram os rituais religiosos. A mais famosa foi a negra Maria Felipa Aranha. Sob sua chefia, o escravos fugidos viveram vários anos sem ser incomodados. Maria Luiza Piriá foi outra líder do Mola. Já Maria Juvita saiu do Mola para fundar outra comunidade, Tomásia.

Desafio rápido
Você conhece alguma mulher negra que é líder na sua cidade?

História da História
            Se você vivesse há uns quarenta anos atrás e fosse a escola, você sabe o que aconteceria? Você escutaria outra história. Provavelmente, o professor falaria que os negros não tiveram muita importância na formação do Pará. Provavelmente, o professor falaria que o Pará foi formado, sobretudo, por índios e portugueses.
            Mas por que hoje nós aprendemos diferente? Por que hoje aprendemos que o negro foi muito importante na formação do Pará?
            É porque a História está sempre sendo escrita de novo. E quem ajudou a reescrever essa história foi um pesquisador chamado Vicente Salles. Ele pesquisou vários documentos antigos. Leu milhares de papeis empoeirados. Depois de anos de investigação, ele publicou, em 1971, um livro: O Negro no Pará.
            Vicente Salles chegou a uma conclusão: o negro foi muito importante para a formação do Pará.


Livro publicado em 1971 que contou a história de uma forma nova





Vicente Salles (1931-2013) ajudou a reescrever a história do Pará.
Fonte: www.lealjunior.com.br


Desafio rápido
         A História é sempre contada da mesma forma? Explique bem sua resposta. 


A África na América
            Não foi só para o brasil que os africanos foram trazidos à força. Os africanos vieram para todo o continente americano. A África é um continente negro. A América também!
            Vieram muitos africanos para o Caribe, que são ilhas que ficam na América Central. Vieram muitos africanos, também, para os Estados Unidos.








O Caribe é, em boa parte, negro. Jamaica, uma bela ilha caribenha, é a terra do homem mais rápido do mundo, Usain Bolt, e do astro do reggae, Bob Marley. 




Os Estados Unidos tem uma população negra muito grande. Codoleezza Rice é uma personalidade política muito importante por lá. Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Condoleezza_Rice_cropped.jpg


Desafio rápido


1) Em uma mapa-mundi, procure onde fica o Caribe. Descubra outro países que ficam nessa região.
2) Desenhe três setas ligando a África aos três lugares da América que mais receberam africanos: Brasil, Caribe e Estados Unidos. Faça as setas de lápis, bem fraco, para depois poder apagar.
3) Desenhe uma quarta seta ligando o Pará até o continente para onde era levado a maioria do açúcar, do gengibre, do cacau e do algodão plantado por aqui.
3) Numa pequena ilha do Caribe, Trinidad e Tobado, existe um ritmo chamado Calypso. É o mesmo nome de um ritmo paraense! Como isso é possível? É coincidência? 


Cardápio de atividades
            Escolha apenas uma dentre as atividades abaixo.
            Tempo de preparação: 3 aulas.
            Apresentação aos colegas: de 1 a 2 aulas. 

Atividade 1 - Mapa gigante da África
            Grupo de 2 a 3 pessoas.
            Material: mapa escolar da África, canetinha, giz de cera, fita durex, revistas, lápis, isopor e cola.
            Instrução   
            Vimos nesse capítulo que os negros são parte da história do Brasil, da história do Pará. Logo, a África faz parte da nossa história! Vamos, então, conhecer um pouco da África.
            Vocês devem fazer um mapa gigante da África. Peguem um mapa escolar da África (desses que o professor usa para dar aula, pendurando na parede). Cubram todo o mapa com papel manteiga (usado para cozinhar e comprado em qualquer mercado, em forma de rolo). Você vai precisar juntar as faixas de papel manteiga com fita durex. Depois, contorne apenas a beirada do continente africano. Pronto, você já tem o contorno da África! Agora é pintar e desenhar dentro do continente de acordo com as instruções abaixo.
            Primeiro passo: localize o deserto do Saara. Observe o mapa abaixo.



O Saara é o maior deserto do mundo. Pinte, no seu mapa, esse deserto gigante de uma cor parecida com areia e escreva por cima: deserto do Saara. Desenhe em cima do Saara coisa típicas de um deserto: camelos, beduínos etc. Ou cole figuras tiradas de uma revista. Você pode colar figuras de pessoas árabes, pois são eles que vivem nessa região da África, que também é chamada de África Árabe.
            Tudo o que fica ao sul (abaixo) do Saara é chamado da África Subsaariana ou África Negra. Escolha uma cor e pinte toda essa região e escreva por cima: África Subsaariana (África Negra).

A África Negra ou Subsaariana é o que está destacado de verde no mapa acima. 

Mas não pinte toda a África Negra. Deixe em branco a Costa da Mina. Mas o que é a Costa da Mina? É uma das regiões de onde mais vieram africanos para o Brasil. Escolha uma cor e pinte essa região escrevendo por cima dela seu nome. Hoje, na Costa da Mina, estão esses países: Togo, Nigéria, Gana e Benin. Descubra como é a bandeira desses países. Faça pequenas bandeirinhas e as cole ao lado da Costa da Mina.


 Veja no mapa acima aonde fica, aproximadamente, a Costa da Mina.

Calma, falta pouco, já estamos acabando! Agora só falta destacar a Angola com outra cor. Esse foi outro lugar donde saíram muitos africanos em direção ao Brasil. Não esqueça de colocar a bandeira da Angola no mapa.


O mapa político da África hoje mostra onde fica localizada a Angola (em vermelho). 

           Por fim, decore a região da África Negra com outras figuras que tenham relação com ela. Cole o papel manteiga no isopor e dê um título ao seu mapa.
            Depois de pronto, apresente o mapa aos colegas, explicando tudo o que você aprendeu. 


Atividade 2 – Dançando Carimbó
Grupo de 2 a 6 pessoas.
Material: CD de Carímbó, aparelho de som e fantasias

Texto de apoio
O Carimbó,  a mais extraordinária manifestação de criatividade artística do povo paraense, foi criada pelos índios Tupinambá (...)
Inicialmente, segundo tudo indica, a "Dança do Carimbó" era apresentada num andamento monótono, como acontece com a grande maioria das danças indígenas. Quando os escravos africanos tomaram contato com essa manifestação artística dos Tupinambá começaram a aperfeiçoar a dança, iniciando pelo andamento que, de monótono, passou a vibrar como uma espécie de variante do batuque africano. Por isso contagiava até mesmo os colonizadores portugueses (...)




Carimbó, uma dança com raízes indígenas e africanas.

Instrução
Pesquise mais sobre o Carimbó. Consiga um Carimbó bem animado, faça fantasias, ensaie e depois apresente aos colegas. Antes de apresentar a dança, explique um pouco da história dessa dança. Contar sobre o Carimbó é contar um pouco da história da África. 


Atividade 3 – Música ou Paródia
Grupo de 2 a 3 pessoas.
Material: papel e caneta.

Textos de apoio

A História do Rei do Carimbó
Pinduca, é um dos maiores representantes da cultura popular no Brasil. Cantor e compositor, o "Rei do Carimbó" (como é carinhosamente conhecido em todo Brasil) criou ritmos, como: Sirimbó, Lári-Lári, Lambada e Lamgode.
Ele já gravou 30 discos em trinta anos de carreira.
(...)
Seu maior interesse como ele mesmo diz, é levar o nosso Estado, a cultura musical paraense e as coisas do Pará, a todos os lugares onde vai se apresentar com os seus shows.


A maniçoba
A maniçoba tem origem indígena e africana. Conhecida como a feijoada paraense, ela é feita com a folha da maniva (mandioca). É preciso cozinha cerca de 7 dias para retirar  o acido cianídrico, que é venenoso.



Instrução
Componha uma música ou uma paródia que conte um pouco sobre as contribuições africanas na cultura paraense. Além do mestre Pinduca, conte na sua música sobre outros afrodescendentes importantes para o Pará. Fale sobre um afrodescendente importante na sua cidade. Além de contar sobre a maniçoba, mostre outras contribuições africanas. Não existe nenhuma festa de santo com influências africanas na sua cidade? Existem muitas palavras que usamos hoje que são de origem africana. Descubra que palavras são essas e as coloque na sua música. 

Atividade 4  - Discurso do comandante
Grupo de 2 pessoas.
Material: música Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreiro (O Rappa), música Capítulo 4, Versículo 3 (Racionais Mcs), aparelho de som, papel e caneta.

Textos de apoio

Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreiro (O Rappa)
Tudo começou quando a gente conversava
Naquela esquina alí
De frente àquela praça
Veio “os homens”
E nos pararam
Documento por favor
Então a gente apresentou
Mas eles não paravam
Qual é negão? qual é negão?
O que que tá pegando?
Qual é negão? qual é negão?
É mole de ver
Que em qualquer “dura”
O tempo passa mais lento pro negão
Quem segurava com força a chibata
Agora usa farda
Engatilha a “macaca”
Escolhe sempre o primeiro
Negro pra passar na revista
Pra passar na revista
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro
É mole de ver
Que para o negro
Mesmo a aids possui hierarquia
Na áfrica a doença corre solta
E a imprensa mundial
Dispensa poucas linhas
Comparado, comparado
Ao que faz com qualquer
Figurinha do cinema
Comparado, comparado
Ao que faz com qualquer
Figurinha do cinema
Ou das colunas sociais
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro


Capítulo 4, Versículo 3 (Racionais Mcs)
“60% dos jovens de periferia sem antecedentes criminais já sofreram violência policial
A cada 4 pessoas mortas pela polícia, 3 são negras
Nas universidades brasileiras apenas 2% dos alunos são negros
A cada 4 horas, um jovem negro morre violentamente em São Paulo"
Aqui quem fala é Primo Preto, mais um sobrevivente

Instrução
Ouça as duas músicas acima, lendo a letra com atenção. Só é preciso ouvir o início da música Capítulo 4, Versículo 3. Primeiro, tente descobrir o significado das gírias usadas na música do Rappa (elas estão entre aspas).
As músicas falam do tratamento diferente que a polícia dá para as pessoas negras. Imagine que você é o comandante da polícia da sua cidade. Escreva um discurso que você vai fazer para toda a tropa (15 a 20 linhas). Nesse discurso você deve incentivar a tropa a tratar todas as pessoas de forma igual, sem discriminar ninguém por causa da cor da sua pele.
Ao final, leia o discurso para os colegas, imaginando que eles são a tropa (mande eles se levantarem e ficarem em posição de sentido). 



Jogos e brincadeiras
         Complete as palavras cruzadas.



2 comentários: