Por Ariel Feldman
Durante mais de 300 anos, milhares de africanos foram trazidos à força para o Pará. Eles atravessaram um oceano para chegar até aqui. As pessoas de origem africana são parte da nossa história. Elas foram trazidas em navios negreiros para trabalharem aqui como escravos.
Durante mais de 300 anos, milhares de africanos foram trazidos à força para o Pará. Eles atravessaram um oceano para chegar até aqui. As pessoas de origem africana são parte da nossa história. Elas foram trazidas em navios negreiros para trabalharem aqui como escravos.
O caminho dos africanos
Desafio rápido
Observe o mapa acima e responda:
1) Chegaram no Pará pessoas de apenas um lugar da África?
Justifique sua resposta.
2)Qual oceano que eles atravessaram para chegar até aqui?
3)Você sabe mais ou menos quanto tempo durava essa viagem de navio
à vela? Você sabe como eram as condições de uma viagem em um navio negreiro?
A Companhia de Comércio
do Grão-Pará e Maranhão
Em 1755 foi criada a Companhia de Comércio do Grão-Pará e
Maranhão. Nessa época, o Brasil era colônia de Portugal. Como já vimos, o
Pará, nessa época, estava junto com o Maranhão.
Mas afinal, o que
é uma Companhia de Comércio? Para
responder essa pergunta, é preciso fazer outra: qual é o objetivo de um
comerciante? Um comerciante quer ganhar dinheiro. Uma Companhia de Comércio tem o objetivo, então, de ganhar dinheiro.
Mas como era
possível ganhar dinheiro no período do Brasil Colônia? Como era possível lucrar
há 350 ano atrás? Já existiam lojas de telefone celular? Já existiam lojas de
computador? Não, não existia nada disso. Uma forma de ganhar dinheiro naquela
época era plantando, colhendo e vendendo. Mas era preciso plantar, colher e
vender em muita quantidade. A Companhia
de Comércio do Grão-Pará e Maranhão é que vendia. Ela pegava o açúcar, o
cacau, o algodão e o gengibre, tudo isso plantado aqui no Pará, colocava tudo nos
navios e levava para Europa.
Mas quem é que
plantava e colhia? Acho que a figura abaixo responde a essa pergunta.
Quadro pintado
por Henry Coster, em 1816. Não foi só no nordeste que existiram engenhos de
açúcar. No Pará também existiram vários engenhos parecidos com esse.
As ruínas do Engenho Murucutu, em Belém. O engenho possui
quase trezentos anos de história. Foi obra do arquiteto italiano Antônio Landi (fonte: http://parahistorico.blogspot.com.br/2009/02/os-negros-no-para.html)
Engenho do Cafezal, Barcarena, PA, construído em 1872. Foto
de Vicente Salles, em 1968. (fonte: http://parahistorico.blogspot.com.br/2009/02/os-negros-no-para.html)
Desafio rápido
Compare
o engenho pintado por Debret, em 1816, com a foto do Engenho do Cafezal, de
1872. O que você observa de diferente?
Africanos chegando ao Grão-Pará e
Maranhão
Fonte: SANTOS, Maria Januária
Vilela. A balaiada e a
insurreição de escravos no Maranhão. São Paulo: Ática, 1983.
Desafio rápido
Observe o gráfico acima. Depois, preste atenção na data em que foi
criada a Companhia de Comércio do Grão-Pará
e Maranhão. A que conclusão você chega? O que aconteceu depois de 1755?
Documento histórico
Um dos fundadores da Companhia de Comércio do Grão-Pará e
Maranhão foi Francisco Xavier de Mendonça
Furtado. Ele foi escolhido pelo rei de Portugal para ser governador do
Estado do Grão-Pará e Maranhão entre 1751 e 1759.
Veja o que ele
escreveu em um documento muito antigo que encontramos. Ele escreveu isso um
pouco antes de fundar a Companhia de
Comércio do Grão-Pará e Maranhão em 1755.
Vendo eu que chegando aqui um navio do Cabo Verde com uns poucos
negros, os ofereciam por tal
preço que chegou ao excesso de vender alguns a 150$000 (...).
[Quero] tal
quantidade de negros que os senhores de engenho (...) achassem uma feira
pronta, onde os comprassem e por preço competente (...)
Fonte: SALLES, Vicente. O negro no Pará sob o regime da escravidão. Belém : IAP/Programa Raízes, 2005, p.
56.
Mendonça Furtado
(1700-1766) foi um dos fundadores da Companhia de Comércio do Grão-Pará e
Maranhão. (Foto extraída de http://edgar-amapa.blogspot.com.br/2011/02/mendonca-furtado-o-fundador-de-macapa.html)
Desafio rápido
Depois de ler documento
histórico acima, responda:
1) O que queria Mendonça
Furtado? Qual era o seu objetivo?
2) Como ele enxergava os negros? Qual é a sua opinião sobre a
forma como ele enxergava os negros?
Fugas e quilombos
Se você fosse
escravo, você aceitaria isso? Se tivesse a oportunidade de fugir, você fugiria?
Pois é, os negros
sempre resistiram à escravidão. Sempre existiram fugas. Os escravos fugidos
formaram quilombos em todo o Pará. Os quilombos ficavam, normalmente, no meio
da floresta, em um lugar bem escondido. Muitas vezes alguns índios se juntavam
aos negros. Lá, eles sobreviviam da caça, das frutas e da plantação de
mandioca. E o melhor de tudo: no quilombo eles eram livres!
Documento histórico
Achamos um jornal muito
antigo, que tem quase de 150 anos de idade. O nome do jornal é Diário de Belém. Um dono de escravos
publicou um anúncio para tentar recuperar uma família inteira que havia fugido.
O anúncio foi publicado no dia 19 de janeiro de 1869.
Escravos fugidos
A
Antonio Joaquim de Castro, lavrador no furo Meritipucu do município de Igarapé-miri fugiram no dia 5 de dezembro
de 1867 os escravos seguintes:
Domingos,
côr preta, de idade 22 anos, de estatura alta, rosto comprido, nariz algum tanto afilado, tendo no lado
direito do peito uma cicatriz de ferida.
Clara,
irmã do (...) Domingos, preta igualmente, de idade 32 anos, pouco mais ou menos alta, pescoço (...) comprido, nariz
também um pouco afilado, tendo fino para a ponta o dedo indicador da mão direita, o qual pouco
funciona no movimento de vergar.
Esta
escrava [Clara] levou na fuga duas crias, uma de nome Hilária, de cor preta, idade 4 anos, tendo um sinal de
queimadura na região do ombro esquerdo.
A
mesma escrava [Clara] levou ainda um filho de nome Manoel, de ano e meio de
idade e da mesma cor da mãe.
E
pede-se a quem os aprender os entregar ao dito senhor no referido furo do Meritipucu.
Extraído da Hemeroteca
Digital da Biblioteca Nacional (www.hemerotecadigital.bn.br)
Redação criativa
Primeiro, leia com
atenção o documento histórico.
Depois, imagine que você é Domingos, o escravo de 22 dois anos que fugiu. Você
fugiu com sua irmã mais velha, Clara, e seus dois sobrinhos, e Manoel e
Hilária. Vocês estão fugindo em direção ao quilombo do Mola, que fica do outro
lado do rio Tocantins (um rio enorme).
Nós não sabemos o
que aconteceu com Domingos e sua família. Mas você vai inventar uma continuação
para essa história. Escreva uma redação de 15 a 25 linhas. Não se esqueça:
escreva como se você fosse o negro Domingos (em primeira pessoa).
Redação criativa
Primeiro, leia com
atenção o documento histórico.
Depois, imagine que você é Domingos, o escravo de 22 dois anos que fugiu. Você
fugiu com sua irmã mais velha, Clara, e seus dois sobrinhos, e Manoel e
Hilária. Vocês estão fugindo em direção ao quilombo do Mola, que fica do outro
lado do rio Tocantins (um rio enorme).
Nós não sabemos o
que aconteceu com Domingos e sua família. Mas você vai inventar uma continuação
para essa história. Escreva uma redação de 15 a 25 linhas. Não se esqueça:
escreva como se você fosse o negro Domingos (em primeira pessoa).
Os descendentes dos
quilombolas
A escravidão já acabou
há mais de cem anos. Em 1888 a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que
libertou todos os escravos. Mas e as pessoas que viviam em quilombos, abandonaram
o lugar em que moravam depois que acabou a escravidão? Você abandonaria um
lugar que te deu frutas e caça? Você abandonaria um lugar em que viveu por
muito tempo?
Pois é, aqueles
que viviam nos quilombos não abandonaram seus lugares. Ainda hoje existem mais
de 240 comunidades de descendentes de quilombolas no Pará! E ainda estão
descobrindo mais comunidades.
Comunidades de
descendentes quilombolas no Pará hoje
Comunidade(s)
|
Município
|
Abacatal – Aurá
|
Ananindeua
|
Água Fria, Abuí, Mãe Cue, Paraná do Abuí, Sagrado
Coração, Tapagem, Acapú, Araçá, Boa Vista do
Cuminá, Espírito
Santo, Jarauacá, Jauari, Pancada, Varre Vento Boa Vista, Aracuan
de Baixo, Aracuan de Cima, Aracuan do Meio, Bacabal,Jarauacá, Serrinha, Terra
Preta II
|
Oriximiná
|
Bela Aurora, Camiranga, Itamoari
|
Cachoeira de Piriá
|
Bom Remédio, Acaraqui, Alto
Itacuruça, Arapapu,Arapapuzinho, Baixo
Itacuruça, Jenipaúba,Médio Itacuruça, Rio Tauaré-açu, Moju-Miri, Ramal
do Piratuba, Samaúma
|
Abaetetuba
|
Apui, Castanhaduba, Cuecê, Matar, São José
(PA), Silêncio
|
Óbidos
|
Campo Verde, Igarapé Dona, Ipanema,Santo Antônio II
|
Concórdia do Pará
|
Carananduba, Guajará Miri, Itancuã Miri, Santa Quitéria/Itacoãozinho
Santa Quitéria/Itacoãozinho
|
Acara
|
Bom Jesus Centro Ouro, Nossa Senhora das Graças, São
Bernardino, Jacunday, África, Laranjituba, Nossa Senhora da Conceição, Ribeira
do Jambu-Açu, Santa Luzia do Traquateua, Santa Maria do Mirindeua, Santa
Maria do Traquateua, Santana de Baixo, Santo Cristo do Ipitinga de Mirindeua,
São Manuel, São Sebastião de Tracuateua,
|
Moju
|
Alto Ipixuna, Bacá do Ipixuna, Camutá do
Ipixuna, Carrazedo, Flexinha, Gurupá-mirin, Jocojó, Maria
Ribeira
|
Gurupá
|
Araquenbaua, Baixinha, Campelo, Carará,Costeiro, Cupu, França, Igarapé
Preto,Igarapezinho, Panpelônia, Teófilo, Varzinha, Icatu, Itabatinga, Mangabeira, Porto
Grande,Santo Antônio de Viseu, São Benedito de
Viseu, Uxizal, Vizânia, Tambaí-Açu, Bailique Beira, Bailique
Centro, Poção, São Bernardo, Santa Fé, Santo Antônio
|
Baião / Oeiras do Pará / Mocajuba
|
Itaboca-Quatro Bocas e Cacoal
|
Inhangapi
|
Jacarequara
|
Santa Maria do Pará
|
Jurussaca
|
Tracuateua
|
Moju
|
|
Macapazinho
|
Santa Isabel do Pará
|
Matias, Porto Alegre, Mola, Tomazia,
|
Cameta
|
Mocambo (PA)
|
Ourém
|
Nossa Senhora do Livramento
|
Igarapé Açu, Nova Timboteua
|
Aningal, Paca
|
Viseu
|
Pacoval
|
Alenquer
|
Santa Rita de Barreira, Menino Jesus
|
São Miguel do Guamá
|
Tipitinga
|
Santa Luzia do Pará
|
Fonte: http://www.cpisp.org.br
Desafio rápido
Na
sua cidade existe alguma comunidade de descendentes de quilombolas? Observe o
mapa e responda. Você já sabia da existência dessas comunidades?
Sugestão de passeio
Vamos
até uma comunidade de descendentes de quilombolas conhecer ela de perto? Por
que não?
Essa
é Emili, com sua mãe, Marlene. Elas moram na comunidade de remanescentes
quilombolas do Mola, munícipio de Cametá. Fonte: foto de Ariel Feldman
Seu
Carlos, um morador da comunidade do Mola, encontrou uma moeda muita antiga no
quintal da sua casa, que data do período colonial. Fonte: foto de Ariel Feldman
Desafio Rápido
1)
Observe o que está por trás da casa de Marlene e Emili. A que conclusão você
chega depois de observar isso? O que você observa de antigo e de moderno?
2)
O que significa o achado que Seu Carlos fez? O que significa ele ter encontrado
uma moeda do período colonial no quintal de sua casa?
Mulheres na liderança
O
quilombo do Mola, que é muito antigo, já teve várias mulheres na liderança.
Essas líderes chefiavam a comunidade, além de comandaram os rituais religiosos.
A mais famosa foi a negra Maria Felipa Aranha. Sob sua chefia, o escravos
fugidos viveram vários anos sem ser incomodados. Maria Luiza Piriá foi outra
líder do Mola. Já Maria Juvita saiu do Mola para fundar outra comunidade,
Tomásia.
Desafio rápido
Você
conhece alguma mulher negra que é líder na sua cidade?
História da História
Se você vivesse há uns quarenta anos
atrás e fosse a escola, você sabe o que aconteceria? Você escutaria outra
história. Provavelmente, o professor falaria que os negros não tiveram muita
importância na formação do Pará. Provavelmente, o professor falaria que o Pará
foi formado, sobretudo, por índios e portugueses.
Mas por que hoje nós aprendemos
diferente? Por que hoje aprendemos que o negro foi muito importante na formação
do Pará?
É porque a História está sempre
sendo escrita de novo. E quem ajudou a reescrever essa história foi um
pesquisador chamado Vicente Salles. Ele pesquisou vários documentos antigos.
Leu milhares de papeis empoeirados. Depois de anos de investigação, ele
publicou, em 1971, um livro: O Negro no
Pará.
Vicente Salles chegou a uma
conclusão: o negro foi muito importante para a formação do Pará.
Livro publicado
em 1971 que contou a história de uma forma nova
Desafio rápido
A História é sempre
contada da mesma forma? Explique bem sua resposta.
A África na América
Não
foi só para o brasil que os africanos foram trazidos à força. Os africanos
vieram para todo o continente americano. A África é um continente negro. A
América também!
Vieram muitos africanos para o
Caribe, que são ilhas que ficam na América Central. Vieram muitos africanos,
também, para os Estados Unidos.
O Caribe é, em boa parte, negro. Jamaica, uma bela ilha caribenha, é a terra do homem mais rápido do mundo, Usain Bolt, e do astro do reggae, Bob Marley.
Os Estados
Unidos tem uma população negra muito grande. Codoleezza Rice é uma
personalidade política muito importante por lá. Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Condoleezza_Rice_cropped.jpg
Desafio rápido
1)
Em uma mapa-mundi, procure onde fica o Caribe. Descubra outro países que ficam
nessa região.
2)
Desenhe três setas ligando a África aos três lugares da América que mais
receberam africanos: Brasil, Caribe e Estados Unidos. Faça as setas de lápis,
bem fraco, para depois poder apagar.
3)
Desenhe uma quarta seta ligando o Pará até o continente para onde era levado a
maioria do açúcar, do gengibre, do cacau e do algodão plantado por aqui.
3)
Numa pequena ilha do Caribe, Trinidad e Tobado, existe um ritmo chamado
Calypso. É o mesmo nome de um ritmo paraense! Como isso é possível? É
coincidência?
Cardápio de atividades
Escolha apenas uma dentre as atividades abaixo.
Tempo de preparação: 3 aulas.
Apresentação aos colegas: de 1 a 2
aulas.
Atividade
1 - Mapa gigante da África
Grupo
de 2 a 3 pessoas.
Material:
mapa
escolar da África, canetinha, giz de cera, fita durex, revistas, lápis, isopor
e cola.
Instrução
Vimos nesse capítulo que os negros
são parte da história do Brasil, da história do Pará. Logo, a África faz parte
da nossa história! Vamos, então, conhecer um pouco da África.
Vocês devem fazer um mapa gigante da
África. Peguem um mapa escolar da África (desses que o professor usa para dar
aula, pendurando na parede). Cubram todo o mapa com papel manteiga (usado para
cozinhar e comprado em qualquer mercado, em forma de rolo). Você vai precisar
juntar as faixas de papel manteiga com fita durex. Depois, contorne apenas a
beirada do continente africano. Pronto, você já tem o contorno da África! Agora
é pintar e desenhar dentro do continente de acordo com as instruções abaixo.
Primeiro passo: localize o deserto
do Saara. Observe o mapa abaixo.
O
Saara é o maior deserto do mundo. Pinte, no seu mapa, esse deserto gigante de
uma cor parecida com areia e escreva por cima: deserto do Saara. Desenhe em cima do Saara coisa típicas de um
deserto: camelos, beduínos etc. Ou cole figuras tiradas de uma revista. Você
pode colar figuras de pessoas árabes, pois são eles que vivem nessa região da
África, que também é chamada de África Árabe.
Tudo o que fica ao sul (abaixo) do
Saara é chamado da África Subsaariana ou África Negra. Escolha uma cor e pinte
toda essa região e escreva por cima: África Subsaariana (África Negra).
A África Negra
ou Subsaariana é o que está destacado de verde no mapa acima.
Mas
não pinte toda a África Negra. Deixe em branco a Costa da Mina. Mas o que é a Costa
da Mina? É uma das regiões de onde mais vieram africanos para o Brasil.
Escolha uma cor e pinte essa região escrevendo por cima dela seu nome. Hoje, na
Costa da Mina, estão esses países:
Togo, Nigéria, Gana e Benin. Descubra como é a bandeira desses países. Faça
pequenas bandeirinhas e as cole ao lado da Costa
da Mina.
Veja
no mapa acima aonde fica, aproximadamente, a Costa da Mina.
Calma,
falta pouco, já estamos acabando! Agora só falta destacar a Angola com outra
cor. Esse foi outro lugar donde saíram muitos africanos em direção ao Brasil.
Não esqueça de colocar a bandeira da Angola no mapa.
O
mapa político da África hoje mostra onde fica localizada a Angola (em
vermelho).
Por
fim, decore a região da África Negra com outras figuras que tenham relação com
ela. Cole o papel manteiga no isopor e dê um título ao seu mapa.
Depois de pronto, apresente o mapa
aos colegas, explicando tudo o que você aprendeu.
Atividade 2 – Dançando Carimbó
Grupo de 2 a 6 pessoas.
Material: CD de Carímbó, aparelho de som e fantasias
Texto de apoio
O Carimbó, a mais
extraordinária manifestação de criatividade artística do povo paraense, foi
criada pelos índios Tupinambá (...)
Inicialmente, segundo tudo indica, a "Dança do Carimbó"
era apresentada num andamento monótono, como acontece com a grande maioria das
danças indígenas. Quando os escravos africanos tomaram contato com essa
manifestação artística dos Tupinambá começaram a aperfeiçoar a dança, iniciando
pelo andamento que, de monótono, passou a vibrar como uma espécie de variante
do batuque africano. Por isso contagiava até mesmo os colonizadores portugueses
(...)
Texto
adaptado do site http://www.cdpara.pa.gov.br/carimbo.php
Carimbó, uma dança com raízes indígenas e africanas.
Instrução
Pesquise mais sobre o
Carimbó. Consiga um Carimbó bem animado, faça fantasias, ensaie e depois apresente
aos colegas. Antes de apresentar a dança, explique um pouco da história dessa
dança. Contar sobre o Carimbó é contar um pouco da história da África.
Atividade
3 – Música ou Paródia
Grupo de 2 a 3 pessoas.
Material: papel e caneta.
Textos de apoio
A História do Rei do Carimbó
Pinduca, é um dos maiores representantes da cultura popular no Brasil. Cantor e compositor, o "Rei do Carimbó" (como é carinhosamente conhecido em todo Brasil) criou ritmos, como: Sirimbó, Lári-Lári, Lambada e Lamgode.
Ele já gravou 30 discos em trinta anos de carreira.
Pinduca, é um dos maiores representantes da cultura popular no Brasil. Cantor e compositor, o "Rei do Carimbó" (como é carinhosamente conhecido em todo Brasil) criou ritmos, como: Sirimbó, Lári-Lári, Lambada e Lamgode.
Ele já gravou 30 discos em trinta anos de carreira.
(...)
Seu maior interesse como ele mesmo diz, é levar o nosso Estado, a cultura musical paraense e as coisas do Pará, a todos os lugares onde vai se apresentar com os seus shows.
Seu maior interesse como ele mesmo diz, é levar o nosso Estado, a cultura musical paraense e as coisas do Pará, a todos os lugares onde vai se apresentar com os seus shows.
A maniçoba
A maniçoba tem origem
indígena e africana. Conhecida como a feijoada paraense, ela é feita com a
folha da maniva (mandioca). É preciso cozinha cerca de 7 dias para retirar o acido cianídrico, que é venenoso.
Instrução
Componha uma música ou uma paródia que
conte um pouco sobre as contribuições africanas na cultura paraense. Além do
mestre Pinduca, conte na sua música sobre outros afrodescendentes importantes
para o Pará. Fale sobre um afrodescendente importante na sua cidade. Além de
contar sobre a maniçoba, mostre outras contribuições africanas. Não existe
nenhuma festa de santo com influências africanas na sua cidade? Existem muitas
palavras que usamos hoje que são de origem africana. Descubra que palavras são
essas e as coloque na sua música.
Atividade 4 - Discurso do
comandante
Grupo de 2 pessoas.
Material: música Todo Camburão Tem
Um Pouco de Navio Negreiro (O Rappa), música Capítulo 4, Versículo 3 (Racionais Mcs), aparelho de som, papel e
caneta.
Textos de apoio
Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreiro (O Rappa)
Tudo começou quando a gente
conversava
Naquela esquina alí
De frente àquela praça
Veio “os homens”
E nos pararam
Documento por favor
Então a gente apresentou
Mas eles não paravam
Qual é negão? qual é negão?
O que que tá pegando?
Qual é negão? qual é negão?
Naquela esquina alí
De frente àquela praça
Veio “os homens”
E nos pararam
Documento por favor
Então a gente apresentou
Mas eles não paravam
Qual é negão? qual é negão?
O que que tá pegando?
Qual é negão? qual é negão?
É mole de ver
Que em qualquer “dura”
O tempo passa mais lento pro negão
Quem segurava com força a chibata
Agora usa farda
Engatilha a “macaca”
Escolhe sempre o primeiro
Negro pra passar na revista
Pra passar na revista
Que em qualquer “dura”
O tempo passa mais lento pro negão
Quem segurava com força a chibata
Agora usa farda
Engatilha a “macaca”
Escolhe sempre o primeiro
Negro pra passar na revista
Pra passar na revista
Todo camburão tem um pouco de navio
negreiro
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro
É mole de ver
Que para o negro
Mesmo a aids possui hierarquia
Na áfrica a doença corre solta
E a imprensa mundial
Dispensa poucas linhas
Comparado, comparado
Ao que faz com qualquer
Figurinha do cinema
Comparado, comparado
Ao que faz com qualquer
Figurinha do cinema
Ou das colunas sociais
Que para o negro
Mesmo a aids possui hierarquia
Na áfrica a doença corre solta
E a imprensa mundial
Dispensa poucas linhas
Comparado, comparado
Ao que faz com qualquer
Figurinha do cinema
Comparado, comparado
Ao que faz com qualquer
Figurinha do cinema
Ou das colunas sociais
Todo camburão tem um pouco de navio
negreiro
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro
Capítulo 4, Versículo 3 (Racionais Mcs)
“60% dos jovens de
periferia sem antecedentes criminais já sofreram violência policial
A cada 4 pessoas mortas pela polícia, 3 são negras
Nas universidades brasileiras apenas 2% dos alunos são negros
A cada 4 horas, um jovem negro morre violentamente em São Paulo"
Aqui quem fala é Primo Preto, mais um sobrevivente
A cada 4 pessoas mortas pela polícia, 3 são negras
Nas universidades brasileiras apenas 2% dos alunos são negros
A cada 4 horas, um jovem negro morre violentamente em São Paulo"
Aqui quem fala é Primo Preto, mais um sobrevivente
Instrução
Ouça as duas músicas acima, lendo a letra com atenção. Só é
preciso ouvir o início da música Capítulo
4, Versículo 3. Primeiro, tente descobrir o significado das gírias usadas
na música do Rappa (elas estão entre aspas).
As músicas falam do tratamento diferente que a polícia dá para as
pessoas negras. Imagine que você é o comandante da polícia da sua cidade.
Escreva um discurso que você vai fazer para toda a tropa (15 a 20 linhas). Nesse
discurso você deve incentivar a tropa a tratar todas as pessoas de forma igual,
sem discriminar ninguém por causa da cor da sua pele.
Ao final, leia o discurso para os colegas, imaginando que eles são
a tropa (mande eles se levantarem e ficarem em posição de sentido).
Jogos e brincadeiras
Complete as palavras
cruzadas.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirlogo vi jew kk fail woke
ResponderExcluir