Sugerir que os alunos confeccionem uma história em quadrinhos para construir sua própria narrativa histórica sobre um determinado conteúdo é uma estratégia interessante.
O exemplo que mostraremos abaixo foi fruto de uma atividade sugerida na "Sequência didática bimestral: período joanino, independência e primeiro reinado". Veja, nessa outra postagem que fizemos anteriormente, o cardápio de atividades sugerido para aulas de 12 a 20. Dentro desse cardápio, sugerimos ao aluno que contasse, de forma resumida, em um história com 8 quadrinhos, a Confederação do Equador.
O produto que mostraremos abaixo é fruto de um dos grandes problemas da educação brasileira: o excesso de cópia. Está comprovado, por pesquisas, que o aluno brasileiro passa um enorme tempo copiando do quadro pro caderno, ou do livro didático pro caderno, sem nenhum objetivo pedagógico. Dessa forma, o professor ocupa o tempo de aluno e não tem dor de cabeça. A cópia ocupa e acalma os alunos, cheios de energia vital. Muitos alunos brasileiros perdem 12 anos da sua vida copiando mecanicamente. Dos 6 aos 17 anos de idade, ele copia muito. Muitas vezes, a cópia é virtual, "ctrl c" e "ctrl v". É muito comum o professor brasileiro pedir um trabalho de pesquisa, sendo que o aluno apenas acha algo no Google, imprime e entrega. Trata-se de um prática cotidiana, algo feito todo dia, durante 12 anos. Essa prática vicia.
Entendemos que o teor da história em quadrinhos exposta abaixo é, em grande parte, resultado desse processo em que o aluno perde a capacidade criativa. O aluno, que passa por esse processo perverso e do qual ele não tem culpa, vicia-se em copiar e colar trechos do livro. No exemplo abaixo, o aluno, do Ensino Médio, ainda elaborou com suas próprias palavras muitas frases. Não se trata de um exemplo extremo, mas é sintomático de uma prática pedagógica profundamente arraigada.
Sobre a copia em sala de aula, conferir: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/copia-tempo-perdido-didatica-alfabetizacao-leitura-producao-texto-529070.shtml
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